A ambiência adequada para que a vaca leiteira possa expressar seu potencial genético. Esse foi o tema central de um curso voltado a cooperados da Cooper A1, na última quarta-feira, dia 25/11. Produtores se reuniram em Palmitos, SC, para a 2ª etapa do treinamento sobre resfriamento de vacas, que faz parte do avançado e robusto programa de melhoramento genético em pecuária de leite, o Modelo Genético Aurora (MGA).

 O MGA busca obter animais ideais para a produção de leite de qualidade, atendendo altos padrões e, neste sentido, o conforto térmico é um fator decisivo. “Os rebanhos de nossa região estão cada vez mais especializados, porém para que se expresse esse elevado potencial genético é preciso além de atender as necessidades dos animais, proporcionar bem-estar”, explica a médica veterinária, Graziela Hoff Gloger.

O curso foi ministrado por Adriano Seddon, médico veterinário especialista em resfriamento de vacas leiteiras, pela empresa Cow Cooling. Os produtores convidados foram os que participaram da primeira etapa de levantamento de dados e outros que entregam leite para a cooperativa e tem ou querem construir confinamento.

Dados embasados em pesquisa

A Cooper A1, através do MGA, desenvolveu um levantamento sobre temperatura dos animais. O experimento envolveu 120 vacas de 29 propriedades. Os animais foram monitorados por data loggers durante 24 horas. Segundo o gerente da atividade, Gilnei Caumo, o resultado está em concordância com o que mostram estudos realizadas pelo mundo, sendo que, quanto maior a capacidade produtiva do animal mais sensível ele é ao estresse calórico. Outro dado importante observado é que, durante a noite, os animais demoram para se resfriar, o que também influencia muito no desempenho das vacas.

“A ambiência influencia diretamente na produção, sendo que, em algumas propriedades a produção pode cair até 30% no verão, o que é gera um impacto econômico muito grande”, destaca Caumo.

Soluções de resfriamento

O médico veterinário Adriano Sedon, apresentou soluções que estão sendo adotadas por produtores em todo o mundo. Na Cooper A1, quatro empresas rurais aceitaram o desafio e iniciaram mudanças com a instalação de sistemas de resfriamento. Entre elas, a do cooperado Ricardo Ferrari, de Palmitos. O grupo conferiu na prática o túnel onde é possível dar  banho de aspersão nos animais.

Segundo o médico veterinário Adriano Sedon, os sistemas de resfriamento precisam ser adequadamente instalados e operados, bem como adaptados especificamente para a região de cada propriedade e para as condições especiais de manejo. Um aspecto importante observado por ele, é que não há aumento do gasto de água, já que, sem o resfriamento a vaca vai beber mais o líquido na tentativa de se esfriar.