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Clima atrapalha safra, mas plantio direto ajuda resultados (Fundação Agrisus)

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No caso da soja, a expectativaera de que o Brasil se tornasse o maior produtor mundial, com 91,6 milhões detoneladas, mas a safra será de 86,9 milhões de toneladas, de acordo com olevantamento realizado pelas equipes do Rally, que está em sua 11a. edição, epercorreu 65 mil quilômetros nos principais polos de soja e milho de 21 dejaneiro a 18 de março, no caso da soja. Em relação ao milho, novas equipessairão a campo até junho. No total, foram coletadas 950 amostras, sendo 726 desoja e 224 de milho, sendo que até o final esse número deve passar de 1.200.

O resultado, que ainda assim seráum volume recorde (82,2 milhões de toneladas na safra 2012/2013), foi afetadopela estiagem prolongada em regiões como o norte do Paraná, sul de Mato Grossodo Sul, sul de São Paulo, Minas Gerais, sudoeste de Goiás, Bahia e Piauí. Já noMato Grosso, o excesso de chuvas comprometeu a produção.

A produtividade da soja tambémfoi afetada em 5,4% em relação à safra passada, caindo de 49,4 para 48,6 sacaspor hectares. A expectativa era de 51,4 sacas por hectare. A área plantadacresceu 7,6%, alcançando 29,8 milhões de hectares.

A estiagem também prejudicou omilho verão, com redução de produtividade nos estados afetados. A produção caiude 34,6 milhões de toneladas para 30 milhões de toneladas com a produtividadereduzida de 85 sacas por hectare para 78 sacas. A área diminuiu pelo sexto anoconsecutivo, passando de 6,8 milhões de hectares para 6,4 milhões.

Em Mato Grosso, foi o excesso dechuvas que prejudicou o milho safrinha, com cerca de 30% da área plantada forado calendário ideal.

Com as dificuldades, no total, oBrasil deverá colher 188,1 milhões de toneladas de grãos na safra atual contra189,5 milhões do ciclo anterior (86,9 milhões de toneladas de soja, 30 milhõesde toneladas de milho verão e 41,2 milhões de toneladas de milho safrinha).

Plantio direto

Fora o clima, as equipesconstataram outros problemas que afetaram a produtividade, como a altaincidência de pragas e a ocorrência de doenças. A lagarta falsa medideira, amosca branca, a ferrugem estiveram presentes em muitos casos. Já a Helicoverpaarmigera se mostrou bem controlada. Tudo isso fez com que ocorresse umconsiderável aumento nos custos de produção, com a necessidade de aplicaçõesextras de fungicidas.

O diretor da Agroconsult, AndréPessôa, frente à constatação da presença da ferrugem, por exemplo, que eraobservada há 10 anos, alertou que é preciso retomar as boas práticas agrícolas,que foram deixadas um pouco de lado com o passar do tempo, como a rotação deculturas, o vazio sanitário, o refúgio. "Essas práticas ajudam manter asanidade", garantiu, ao afirmar que resgatar as boas práticas agronômicasvão melhorar a sustentabilidade das lavouras.

Entre elas, ele destaca o plantiodireto, cuja pesquisa pelo Rally tem apoio da Agrisus desde 2006:"Conseguimos constatar que nas regiões da seca, com redução daprodutividade, as lavouras que vem sendo mantidas há vários anos sob plantiodireto tiveram desempenho muito melhor do que as lavouras que não ofazem", afirmou.

Pessôa explica que acontabilização dos resultados sobre a prática ainda não está finalizada mas queos primeiros indícios são de aumento, principalmente em regiões em que o usoainda não está consagrado, como é o caso da região Nordeste e algumas áreas doCentro-Oeste. Para ele, houve um crescimento significativo da prática doplantio direto nessas regiões.

Para o consultor, a ocorrência desegunda safra no mesmo hectare também tem ajudado os produtores a formarem umaoutra cobertura no solo, além da safra de verão. "No Maranhão e Piauí, porexemplo, vimos uma ampliação bastante significativa do uso de safrinha de milhoque é tradicional no Centro-Oeste, no Paraná, em São Paulo, o que cria umaperspectiva de você ter mais cobertura do solo ao longo do ano", explicou."A utilização de milheto, de crotalária e sorgo nessas regiões foi maispercebida do que nos anos anteriores, então não há uma mudança muitosignificativa nas regiões onde o Plantio Direto está consolidado, como é o casodo Sul e do Sudeste, mas há um avanço em relação aos últimos anos nas regiõesde fronteira dos cerrados do Nordeste".

Sobre a introdução da pecuária,Pessôa disse que observou sobretudo o uso de Brachiaria na formação de matériaorgãnica nos primeiros anos de implantação da soja. "Algumas propriedades,inclusive, que estão sob o processo de abertura de áreas, antes mesmo doplantio da primeira safra de soja estão plantando Brachiaria para já formarmatéria orgânica em regiões em que esta era muito baixa. Há uma utilizaçãocrescente dessa técnica de introduzir o pasto como uma atividade adicionaldentro do sistema de rotação de cultura", observou.

Os bons resultados

Na solenidade oficial deencerramento do Rally, alguns produtores foram homeageados, como os irmãosCambruzzi, detentores de recordes de produtividade: conseguiram 235 sacas demilho, 82 de trigo e 68 de soja por hectare na propriedade que fica no oestecatarinense, entre os municípios de Xanxerê e Varjeão, próximo a Chapecó.

De acordo com Éverton Cambruzzi ,o plantio direto é adotado há 15 anos e as vantagens são econômicas eambientais: "Você consegue trabalhar mais facilmente com o solo, tem menosperdas no sistema. Também não agride tanto o meio ambiente, esses dois fatoresfazem girar o ciclo, na verdade", contou.

Sem fazer aração e gradeação nasáreas, ele comenta os resultados: "Estamos conseguindo essasprodutividades com melhoramento do solo e utilização de melhores tecnologias,tanto sementes como nutrição de plantas, esses resultados estão aí para comprovarque o plantio direto é a bola da vez para a agricultura e para o planeta,também para a questão ambiental, a conservação do solo", concluiu.

Para ter acesso ao relatóriocompleto é preciso fazer um cadastro no site www.rallydasafra.com.br

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